Dentro da palavra apocalipse há a palavra “calipso”.
Calypso é a ninfa do mar que prende Ulisses em sua ilha por 7 anos.
Seu nome vem do grego kalyptein e significa “escondida”, “oculta”. Esta palavra ainda originou o nome de uma árvore, o eucalipto, que quer dizer “bem coberto”. O prefixo apo-, por sua vez, quer dizer “à partir de”, “separado”. Como em apologia (apo-, ‘à margem de’; logos, ‘palavra’, ‘discurso’), mas não simplesmente uma negação. Dá ideia de um movimento constante. Como em apóstolo formado por apo- + stellein (‘enviar’, ‘mandar adiante’). Apokalyptein, então, seria um desvelar épico de algo previamente oculto.
Uma revelação.
Apocalipse portanto, não é sinônimo de “fim-do-mundo”.
Essa conotação parece ter ocorrido depois do Apocalipse de João onde é revelado que Jesus seria o Messias. Cataclisma e catástrofe são palavras que também passam ideias diferentes de seus significados e igualmente muito utilizadas para descrever o fim-do-mundo. Cataclisma, do grego kata-,’para baixo’; klyzein, ‘lavar’, como sendo uma grande enxurrada, ou podendo mesmo ser um tsunami. Catástrofe com o mesmo prefixo kata-,’para baixo’ e strephein, com o signficado de virada (mesma origem de estrofe), como algo que tivesse um fim inesperado. Sobre se o mundo vai acabar em 2012? Ah, sim. Infelizmente, não. Mas deveria, ao menos para quem acredita no poder de calendários arbitrários, em profecias cretinas e spams mal-acabados em powerpoint.
A de que é uma redundância de proporções não mais maias, mas otomanas ou visigodas, científicas ou filosóficas, geológicas quem sabe, e que só perderá em medida de agigantamento à estupidez humana, essa sim, catastrófica, cataclísmica e apocalíptica dado a dificuldade que confere à humanidade em ser feliz simplesmente.
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